segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mas ele não veio, não capitulou a sua política

Vieste
Composição: Ivan Lins / Vitor Martins

Vieste na hora exata
Com ares de festa e luas de prata
Vieste com encantos, vieste
Com beijos silvestres colhidos prá mim
Vieste com a natureza
Com as mãos camponesas plantadas em mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, prá dentro de mim
Meu amor
Vieste a hora e a tempo
Soltando meus barcos e velas ao vento
Vieste me dando alento
Me olhando por dentro, velando por mim
Vieste de olhos fechados num dia marcado
Sagrado prá mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, prá dentro de mim

E se assim fosse e queresse?




Mandarina não chora. Não sofre por homens. Não quer mais ninguém. Ela não sofre, nem se submete. Mandarina não decide, tira políticas. Mandarina não quer viver.

domingo, 18 de abril de 2010

E(in)stantes


"A gente só cresce quando o mundo transborda"

"O tamanho das coisas é sua capacidade de senti-las"

"As metrópolis não são assustadoras, como os homens às fizeram sim"

"Teatro faz o mundo parecer pequeno e gigantesco, ao mesmo tempo"

"Sempre tenho a impressão que São Paulo transborda e enxarca as minhas vistas"

( )

Me faço rastro
da terra sem fronteiras
e eles já usaram isso.
Caço palaras,
mas as que fito
me amarram e encarceram.
Só o que sinto liberta.
Os nomes pro que vejo
são correias pra poder falar...
Calo.
Mas os calos da alma
não me deixam calar.
Vasculho cores procurando tons
me vem beleza...
Mas meia dúzia de letras não conseguem emocionar!
O caber é pouco,
Todavia de escassez sincera.
Por isso ainda escrevo.
Amar o que sinto,
no ofício de tornar as palavras mais belas.
Penso... Finjo.

A cirandeira


Amo o poder sentir
E o amar em si já é um sentimento.
Uma ciranda imperfeita
em que amor, solidão, fúria, paz...
tudo se dá as mãos.
Tudo em mim dança,
um de frente pro outro.
Um muda o passo,
e todo o resto muda.
Uma nova forma de sentir entra,
e eu vou ficando maior.
Todos chutam a areia da vida,
às voltas do mar da história.

Pintura viva

Tintas imicíveis,
de natureza distintas.
Contraste.
Alguns tons me pertencem,
mas a tua intensidade...
Tão negra, ímpar, pura.
Pintura nossos corpos,
mesmo na plástica efemeridade:
Beleza.
Tua cor me fez amar a minha,
Prazer pros olhos,
prazer de carnes.
Amanheceu e a tela se desfez.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Primeira impressão

Acorda a corda do tempo,
já é hora de se ajeitar,
banho, perfurme, creme,
maquiagem, roupa, salto,
e o passo, passo.

Preciso invadir almas,
advinhar desejos.
É pra sorrir, simpatia.
Olhar nos olhos sem vascilar.
Falo e calo.
Fim do dia me dói os calos,
me dói andar.

Como devo ver, como devo ser...
Será?
Já não há mais tempo pra perguntas.

Escondo tristezas,falhas, erros,
morro de medo de errar.
Preciso que acreditem...
E uma estranha voz, tormenta:
-Você tem que acreditar!

O tempo é tudo que falta,
e me dói cada não.
Preciso ser mais forte,
falo alto, agito, enfeito,
represento e acredito,
tudo por ela...
a minha primeira impressão.


Poema para alguém com quem trabalho...